Os(as) gaúchos(as) que assistem ao horário eleitoral gratuito, devem acreditar que os problemas do nosso estado estão resolvidos. Se ainda não foram solucionados, pelo menos estão a caminho da solução. Para quem quer ver o nosso estado além da propaganda eleitoral, a direção da UGEIRM recomenda que vá até a região metropolitana e visite as DPPAs de São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Quando chegar nessas cidades, terá um choque de realidade, muito distante do mundo cor de rosa dos marqueteiros eleitorais. A direção da UGEIRM, como faz há quatro anos, viveu essa experiência nesta quinta-feira (13). Presos se amontoam nas carceragens de DPPAs caindo aos pedaços. Nesta quinta, eram 27 em Novo Hamburgo e 17 em São Leopoldo, detidos em delegacias que já deviam estar interditadas pela prefeitura. Enquanto isso, os Policiais Civis tentam atender a população, cuidar dos presos e arranjar vagas no sistema prisional, tendo que trabalhar em prédios prestes a desabar e com risco de incêndios decorrentes das precárias instalações elétricas.
Infelizmente, para a direção do sindicato isso não é uma surpresa ou novidade. A superlotação das carceragens se repete desde o primeiro ano do governo Sartori/MDB. Nesses quase quatro anos, já ocorreram tentativas de rebeliões, fugas, policiais feridos e ocorrências de todos os tipos. Entre os fugitivos das carceragens das DPPAs da região metropolitana, está o principal suspeito pela morte do Inspetor Leandro Lopes, que foi baleado durante uma operação policial no Vale do Caí. O provável assassino de Leandro fugiu da carceragem superlotada da DPPA de São Leopoldo.
A UGEIRM já tentou todas as providências possíveis: ações judiciais, denúncias nos meios de comunicação, reuniões com entidades como a OAB e AJURIS, pedidos de interdição das delegacias e, até mesmo, denúncia diretamente na Comissão de Direitos Humanos da OEA. Tendo ido até Montevidéu, no Uruguai, para se reunir pessoalmente com o Comissário da OEA, James Cavallaro.
Infelizmente, mesmo com todas as iniciativas, chegamos ao último ano do governo Sartori/MDB e a situação continua a mesma. Uma tragédia é iminente e não podemos permitir que ela aconteça. Desse governo não podemos mais esperar nenhuma solução. No entanto, o sindicato vai continuar apelando para todas as instâncias, seja o Judiciário, o Ministério Público, a Prefeitura ou o Corpo de Bombeiros. A UGEIRM vai prosseguir tentando a interdição dos prédios que colocam a vida dos policiais e da população em risco e continuará denunciando a superlotação das delegacias.